segunda-feira, 29 de abril de 2013

O dia em que a Luz apagou.


Nem todos os momentos com categoria suficiente para figurarem neste espaço têm o Sporting como implicado. O episódio que hoje vos falo envolve Benfica e Porto, mas com o Benfica como interveniente maior, o autor de uma obra magna da estupidez.
Benfica 1 : 2 Porto
Estádio da Luz, Jornada 25 da 1ª Liga, 03-04-2011

Foi no embate entre Benfica e o Porto no Estádio da Luz na época 2010/2011 em que o Porto se arriscava a ser campeão da liga em plena casa benfiquista. Arriscava e foi. Com um golo de Guarín aos 9 minutos e outro de Hulk aos 26 por grande penalidade, a contrariar a grande penalidade marcada por Saviola aos 17, o Porto com o resultado de 1-2 assegurava o título de campeão a 6 jornadas do fim.
O Benfica, essa equipa cujo objectivo máximo é dignificar o futebol, em vez de dar os parabéns ao campeão e ir preparar a próxima época enquanto lambia as feridas, pensou o impensável – estragar a festa ao Porto, como se fosse alguma vez possível estragar a festa de um campeão na casa do rival. Alguém, do alto da sua sabedoria mor, um electricista, um jardineiro ou um simples recauchutador de pneus, teve a mais brilhante ideia desde que foi inventado o toque rectal.
As luzes do estádio foram apagadas, a rega automática foi ligada e criou-se um momento lindo que para sempre irá ser recordado como o tiro no pé mais certeiro da história. Bem, chamar-lhe tiro no pé é pouco. Foi um tiro no pé com navalhada no joelho ao mesmo tempo que se pisa uma mina pessoal e se engole uma granada enquanto se puxa a cavilha. Sim, foi isso.
Muitos logo inventaram frases como “o Porto extingui a luz”, “o Benfica meteu água”, ou “a Luz deu um estoiro tal que ficaram todos molhadinhos” – bem, esta última, como podem ver pela inspiração, fui eu.
Consequências desportivas ou mesmo legais destas atitudes que puseram em risco a segurança dos adeptos à saída do encontro? Zero, como é normal no nosso pequeno país feito de pequenas e mesquinhas gentes, mas valeu a pena por tudo aquilo que ficou na memória.
Os benfiquistas deram razões para serem gozados para toda uma vida, e ganharam nesse ano, por muitos pontos de avanço, o campeonato da ignomínia.

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